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Ministério da Cultura e o Governo de Minas Gerais apresentam:

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Colagem por Izabela Santiago

Proposta editorial

Sara y Rosa é um espaço de produção e circulação de uma prática crítica e curatorial voltada para o cinema feito entre mulheres - cisgêneras, transgêneras e travestis - e pessoas não-binárias na América Latina, Caribe e países Ibéricos. Objetiva-se promover e estimular debates em torno dessa produção pulsante e necessariamente heterogênea, mas que raramente é reflexionada pela crítica especializada tradicional. 

Voltando-nos tanto para uma certa historiografia de um cinema entre mulheres e pessoas corpo-dissidentes, que ganha força sobretudo a partir dos anos 1960 e 1970, do Norte ao Sul Global, quanto para um cenário cinematográfico mais contemporâneo, em que as pautas de racialidade, sexualidade, territorialidade, corporeidade e classe se tornam mais complexas e prementes, reunimos, aqui, os esforços de pesquisadoras, jornalistas, artistas, curadoras, professoras e realizadoras interessadas nesta investigação coletiva. 

Almejamos compreender como a história do cinema entre mulheres no Brasil está intimamente ligada, desde sua origem, aos escopos mais amplo da produção latino-americana, ainda que, em nosso país, raramente nos reconheçamos como parte desse vasto território cultural. O projeto Sara y Rosa , em alguma medida, responde ao chamado desse necessário reconhecimento que, a nosso ver, poderia adensar compreensões sobre o nosso próprio fazer cinematográfico, jamais dissociado de fatores sociais, políticos e econômicos que extrapolam fronteiras. 

Ao mesmo tempo, nos preocupamos com as especificidades e inovações formais e temáticas das cineastas latino-americanas, caribenhas e ibéricas, também alimentadas pelas singularidades dos seus contextos individuais e atravessadas por diferentes experiências de racialidade, sexualidade, geração e classe. Não procuramos identificar e delimitar, com nosso projeto, uma estética comum e essencialista, mas propor um olhar afirmativo para um cinema diverso, que pode suscitar outras narrativas, não dominantes, sobre a história do cinema mundial. 

Em vista disso, defendemos que a crítica de cinema é uma ferramenta vocacionada não somente para o tensionamento e a denúncia dos aspectos ideológicos e dominantes da cultura, como é fundamental para apontar novos caminhos de produção artística e alargar as possibilidades de ser e estar no mundo. Como sugere a filósofa e educadora feminista bell hooks, compreendemos que o ato crítico é, também, um exercício de imaginação política: ele está implicado na transformação de regimes de imagens, na problematização de imaginários cristalizados e na reelaboração das nossas vidas em comum.

Em seus ensaios, o Sara y Rosa discute e analisa não apenas o cinema de longa-metragem de corte ficcional, como produções em curta e média-metragem, documentários e experimentações audiovisuais. Se existe uma primazia pela valorização do longa-metragem nos circuitos de exibição e, consequentemente, na recepção crítica, enxergamos uma politicidade no foco às formas que, historicamente, abarcaram as expressões e inovações propostas por grupos minorizados, como mulheres, negros, indígenas, pessoas LGBTQIAPN+ e de periferias urbanas.

Sem perder de vista conjunturas locais, o Sara y Rosa dedica, ainda, uma editoria especial à cobertura de mostras e festivais realizados em Minas Gerais, uma das principais vitrines do cinema brasileiro contemporâneo. E não por acaso, este projeto é batizado em homenagem a uma importante figura do cinema mineiro. 

Rosa Maria Antuña, nascida em julho de 1939, em Belo Horizonte, foi aluna da Escola Superior de Cinema da Universidade Católica. Seu primeiro filme, Rosa Rosae, dirigido em 1968, é um exercício ao mesmo tempo contido e visceral  de crítica social. Seu segundo curta, Solo, de 1969, transforma o erotismo feminino em imagens que perfuram tabus. Como muitas mulheres de sua geração, as contingências da vida não lhe permitiram dirigir outros filmes. Tal qual a pioneira cubana Sara Gómez, cuja carreira foi interrompida pela morte precoce, aos 32 anos, pouco antes de finalizar o seu primeiro longa-metragem - De cierta manera (1974) -, Rosa é dona de uma obra inacabada, que nos convida a um melancólico exercício de imaginação. Contudo, escolhemos não lamentar o que essas obras poderiam ter sido mais do celebrá-las pelo que de fato foram: históricas. Hoje, Rosa não se reconhece cineasta, e por isso trazê-la neste projeto, junto a Sara, é um ato de teimosia e contrariedade de quem a enxerga e a honra como tal.

Quem somos nós

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Izabela Silva

Cineasta, pesquisadora e poeta mineira, baseada entre Belo Horizonte e Barcelona. Fundadora da Abre Caminho Filmes, produtora com foco em projetos audiovisuais feitos por mulheres. É mestre em Documentário de Criação pela Universidade Pompeu Fabra em Barcelona e especialista em pós-produção pela ESCAC. É diretora e montadora com obras exibidas em festivais e galerias pelo mundo. Atualmente, desenvolve os filmes Eu não sou cineasta e Como tornar-se uma boa mãe.

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Izabela Silva

Cineasta, pesquisadora e poeta mineira, baseada entre Belo Horizonte e Barcelona. Fundadora da Abre Caminho Filmes, produtora com foco em projetos audiovisuais feitos por mulheres. É mestre em Documentário de Criação pela Universidade Pompeu Fabra em Barcelona e especialista em pós-produção pela ESCAC. É diretora e montadora com obras exibidas em festivais e galerias pelo mundo. Atualmente, desenvolve os filmes Eu não sou cineasta e Como tornar-se uma boa mãe.

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María José Merino

Directora, productora e investigadora de cine. Estudia Comunicación Audiovisual en la Universidad de Costa Rica en la que desarrolla su tesis alrededor de la mirada femenina en el cine dirigido por mujeres en Costa Rica. Cursó el Máster de Documental de Creación de la Universidad Pompeu Fabra en Barcelona en el que desarrolló su primer largometraje “Susurran las Raíces”. Ha dirigido proyectos audiovisuales que incluyen cortometrajes documentales, de ficción y experimentales, entre otros formatos.

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Juliana Gusman

Pesquisadora, professora, curadora e crítica de cinema. Doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP, pesquisa imagens do trabalho e do desejo. Integra os grupos de pesquisa Poéticas Femininas, Políticas Feministas (UFMG), Mídia e Narrativa (PUC Minas) e MidiAto (ECA-USP). Faz parte da equipe curatorial da Mostra Mulheres Mágicas: reinvenções da bruxa no cinema (CCBB), da plataforma Cardume Curtas e do FestCurtasBH. 

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Juliana Gusman

Pesquisadora, professora, curadora e crítica de cinema. Doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA-USP, pesquisa imagens do trabalho e do desejo. Integra os grupos de pesquisa Poéticas Femininas, Políticas Feministas (UFMG), Mídia e Narrativa (PUC Minas) e MidiAto (ECA-USP). Faz parte da equipe curatorial da Mostra Mulheres Mágicas: reinvenções da bruxa no cinema (CCBB), da plataforma Cardume Curtas e do FestCurtasBH.

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María José Merino

Diretora, produtora e pesquisadora de cinema. Estudou Comunicação Audiovisual na Universidade da Costa Rica, onde desenvolveu sua tese sobre o olhar feminino no cinema dirigido por mulheres na Costa Rica. Concluiu o Mestrado em Documentário de Criação na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, durante o qual desenvolveu seu primeiro longa-metragem, Susurran las Raíces. Dirigiu projetos audiovisuais que incluem curtas-metragens documentais, de ficção e experimentais, entre outros formatos.

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Sara Paoliello

Sara Paoliello é doutoranda e mestre em Comunicação Social (UFMG), formada em Cinema e licenciada em Artes Visuais, além de pós-graduanda em Audiodescrição (PUC Minas). Atua como produtora e consultora de acessibilidade e pesquisa sobre as relações entre deficiência e cinema.

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Izabela Santiago

Izabela Santiago, multi-artista formada em Cinema, colabora com a cultura de BH desde 2018 como diretora de arte e designer gráfico. Ela explora as artes visuais com técnicas mistas como spray e digital e materiais não tradicionais como strass e pedrarias e destaca referências latino-americanas, urbanas e populares.

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Sara Paoliello

Sara Paoliello é doutoranda e mestre em Comunicação Social (UFMG), formada em Cinema e licenciada em Artes Visuais, além de pós-graduanda em Audiodescrição (PUC Minas). Atua como produtora e consultora de acessibilidade e pesquisa sobre as relações entre deficiência e cinema.

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Izabela Santiago

Izabela Santiago, multi-artista formada em Cinema, colabora com a cultura de BH desde 2018 como diretora de arte e designer gráfico. Ela explora as artes visuais com técnicas mistas como spray e digital e materiais não tradicionais como strass e pedrarias e destaca referências latino-americanas, urbanas e populares.

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